Em alguns momentos da sua carreira, houve momentos de ansiedade extrema e inclusive teve que sair de um show no Perú, e falando um pouco antes de entrar no tema, houve um momento na sua vida, quando tinha 19 anos, que foi o falecimento da sua tia. O que aconteceu?Sim, foi um momento no qual as pessoas sempre tem que enfrentar a morte, mas vivê-la de uma maneira tão próxima e tão violenta e se vai sem uma explicação.

Ficam muitas perguntas e muitas portas abertas, muitas coisas ficam no ar.Eu sou uma pessoa muito passional, sensível e sempre me apeguei às pessoas em dobro desde pequeno, e esse acontecimento me fez enfrentar uma realidade que não havia enfrentado antes, e isso fez com que acontecesse a primeira crise do pânico.

E é horrível porque sente uma coisa fria, sente que vai morrer, que não há saída. Começa a pensar em todas as coisas negativas e não há uma razão. Pequenos medos se tornam pânicos e muitas pessoas projetam em diferentes formas, e o meu medo é a morte e doenças e minha cabeça começou uma mania de doença a mil.

E logo depois veio o RBD. Você começou a viajar, fazer shows, dar autógrafos, mas havia esse peso nas suas costas. Você pensou em sair alguma vez dos seus compromissos?Um ataque de pânico, geralmente, dura de 4 a 5 minutos e na terapia você aprende a controlar, tem que aprender a quando entra e quando sai. Às vezes chega por uma imagem, às vezes por uma cor, são diferentes coisas que o seu cérebro conecta.

Começa devagar e chega ao extremo, Christian?Depende, eu tenho 6 anos de terapia, e posso dizer que agora me sinto muito contente e tive que enfrentar coisas difíceis, tenho medo de câncer, AIDS e tive que enfrentar esses medos.

E como conviveu antes de poder dominar a técnica a uns 100%?Não, acho que estou em uns 85, não estou louco (risos), que bom, mas chegam medos.

Como era e como vivia internamente? Podia desfrutar a vida enquanto não chegava o ataque?Era um pouco caótico porque as vezes que eu estava no palco, eu esquecia completamente, como se me desconectava, me sentia sonhando e você tem que arriscar certas coisas. Sua vida sentimental pode não estar OK, mas eu era mais jovem, tinha 19 anos, estava mais preocupado com a minha carreira e eu não dava muita importância à saúde mental e há tantas coisas que vinham de dentro e que você não percebe ou não fala.

Algum dos seus companheiros do RBD que viveu contigo seu problema?Maite Perroni sempre me ajudou quando eu começava o banho de lágrimas, porque já tem um dom de psicóloga, eu sempre a disse isso, e é uma pessoa muito adorada, mas todos os 5 me ajudaram. Me dava muito medo de saber que não poderia controlar o medo e que da próxima vez poderia ser mais forte.

digo às pessoas para irem, se tratar, e que não tenham medo dos medicamentos, não abusem e nem se auto-medique, mas para quê vai sofrer sozinho quando tem tantas coisas lindas para disfrutar na vida? Quanto mais estiver em paz consigo mesmo, mais vai estar com as outras pessoas.

Tradução: ChristianChavez.com.br.